De acordo com a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia, aproximadamente 100 milhões de mulheres utilizam as pílulas contraceptivas em todo mundo. Apesar disso, ao passar dos anos, a medicina tem alertado a população sobre a perigosa relação entre a trombose e o uso de anticoncepcionais hormonais.
A trombose surge quando um coágulo de sangue se forma dentro de uma veia ou artéria obstruindo a passagem do sangue e podendo causar sérias lesões em alguns órgãos. No caso da trombose venosa, ela ocorre geralmente nos membros inferiores, causando dores, vermelhidão e inchaço no local. Caso esse trombo se desloque na corrente sanguínea, ele pode migrar até pulmão e causar o chamado tromboembolismo pulmonar – situação muito grave com risco inclusive de óbito em cerca de 20% dos pacientes.

Sabemos que os hormônios presentes nos anticoncepcionais (Estrogênio + Progesterona) afetam a coagulação sanguínea e podem favorecer a formação de coágulos. Há aumento de alguns fatores e redução de alguns inibidores naturais da coagulação, o que produz um efeito pró-coagulante leve.
Apesar disso, é importante ressaltar que os casos de trombose venosa relacionados ao uso do anticoncepcional são relativamente baixos e estão mais ligados ao uso de pílulas com hormônios combinados. Além disso, ocorrem mais frequentemente no início do tratamento e em mulheres com fatores de risco associados.

 Vale lembrar que os anticoncepcionais são grandes aliados das mulheres tanto no planejamento familiar quanto no controle da TPM e no tratamento de diversas doenças como síndrome dos ovários policísticos, entre outras.

 

Independente do risco de trombose, por si só o cigarro já faz mal à sua saúde. O hábito de fumar também pode afetar a circulação, facilitando assim a formação de coágulos. As toxinas do cigarro em conjunto com os hormônios presentes na pílula dobram a chance do surgimento de trombose. A Organização Mundial da Saúde (OMS) alerta que não é indicado que mulheres fumantes utilizem a pílula anticoncepcional, principalmente mulheres com mais de 40 anos. Outros  fatores de risco são  obesidade, histórico pessoal ou familiar de trombose ou trombofilias, dentre outros.

Apesar dos anticoncepcionais hormonais estarem relacionados a aumentos de eventos tromboembólicos, diversas mulheres, que não apresentam risco aumentado para trombose, podem usá-los com segurança. Por isso, somente o especialista (Ginecologista) é capaz de dizer se a mulher poderá utilizá-la com segurança e qual tipo de pílula é mais indicada para cada caso.

Se você já teve uma trombose, o ideal é usar outro método contraceptivo, como o preservativo, a minipílula(somente progesterona) ou o DIU. Os anticoncepcionais hormonais combinados não devem ser utilizados por pacientes que já tiveram episódios tromboembólicos. É importante conversar com seu médico sobre isso.

LEMBRE-SE: A pílula anticoncepcional é um medicamento, portanto, não deve ser usado sem prescrição médica. Consulte o seu médico de confiança.

Para saber mais, confira o vídeo abaixo.