Varizes pélvicas são veias dilatadas e tortuosas que surgem ao redor dos órgãos pélvicos, como útero, trompas e ovários. Devido ao fato dessas veias terem perdido a sua função de transportar o sangue corretamente em direção ao coração, elas causam a chamada estase venosa, ou seja, por não circular adequadamente, o sangue acaba ficando mais lento (“parado”) nesse local e assim causando os sintomas.

As varizes pélvicas fazem parte da chamada síndrome de congestão pélvica, que é caracterizada por dor crônica no fundo da barriga (há mais de 6 meses), dor ou desconforto durante ou logo após a relação sexual, sensação de peso no baixo-ventre, urgência miccional (quando tem vontade de fazer “xixi”, necessita ir rápido) associado à presença de varizes ao redor do útero, trompas e ovários.

Vale ressaltar que nem todas as mulheres que possuem varizes ao redor do útero possuem a síndrome. Muitas delas podem ter varizes sem sentir sintoma algum e, assim sendo, não necessitam nenhum tipo de tratamento.

Também é importante entendermos que existem muitas outras doenças que podem causar dor pélvica (dor no fundo da barriga) e os demais sintomas relatados acima. Dentre elas, as doenças do sistema genital (endometriose, inflamações, etc), do sistema gastrointestinal (colites, síndrome do intestino irritável, etc), do sistema urológico (infecção, cálculo urinário, etc), do sistema músculo-esquelético (fibromialgia, espasmos da musculatura pélvica, etc), assim como do sistema nervoso, como a depressão e a ansiedade.

Mas como posso fazer o diagnóstico corretamente?

Quando apresentar algum dos sintomas relacionados acima, o ideal é buscar ajuda com o clínico geral ou diretamente com o ginecologista.

Excluídas as outras causas e se evidenciando a existência das varizes pélvicas, o médico encaminhará ao cirurgião vascular para fazer o tratamento adequado.

Quais os exames que detectam as varizes pélvicas?

Na maioria das vezes/Geralmente o  ultrassom transvaginal com doppler consegue fazer o diagnóstico corretamente. Para confirmação disso, realizamos uma angiotomografia computadorizada, ressonância magnética ou até mesmo uma flebografia (que é um exame invasivo, reservado para quando já tem a decisão de tratar).

E como é realizado o tratamento?

Inicialmente orientamos o tratamento medicamentoso, com o uso de alguns hormônios e também com o uso de medicamentos próprios para as veias doentes (flebotônicos). Porém, a eficácia desse tratamento muitas vezes é limitada, não tendo bons resultados no alívio dos sintomas em muitos casos.

Assim sendo, indicamos o tratamento cirúrgico conhecido como Embolização.

O que é a embolização?

A embolização das varizes pélvicas consiste em um tratamento minimamente invasivo (endovascular) que consiste em utilizar punções de agulha no braço ou na região inguinal (virilha) para colocar um introdutor.

Através dele ”navegamos com fios guias e cateteres pelo interior das veias até chegar ao local onde estão as varizes pélvicas. Chegando nesse local, são introduzidos “coils”(molas de embolização) com o intuito de fechar essas veias doentes. Com isso, o sangue é desviado para as veias que estão sadias. Também é utilizada no local a introdução de espuma densa de polidocanol para potencializar o efeito do tratamento.

Preciso ficar muitos dias internada ou afastada do trabalho?

Felizmente Não. Por ser um tratamento minimamente invasivo, o paciente vai de alta no dia seguinte, podendo voltar a sua rotina de trabalho normal.

Para saber mais, acesse o vídeo a seguir.