Você está lendo:

A respeito da espuma que é colocada nas varizes, ela vai ficar para sempre? Quanto tempo ela permanece dentro da veia doente?

Um dos tratamentos para as varizes dos membros inferiores é a técnica da escleroterapia com espuma guiada por ultrassom.  Muitas pessoas confundem o termo espuma com a palavra esponja, e talvez isso gere o questionamento quanto ao tempo que isso ficará no organismo.

Cabe esclarecer que a esponja, produto não utilizado em nosso tratamento, é produzida a partir uma mistura de plásticos que tem difícil reciclagem e difícil degradação, podendo ficar no nosso meio por muitos anos.

Quanto à espuma em questão, ela se assemelha a uma “espuma de sabão”, porém produzida a partir de uma medicação chamada de polidocanol (medicamento usado como agente anestésico no passado), associada a determinada quantidade de ar ambiente.

Para confeccionar esta espuma, conectam-se duas seringas por meio de uma “torneira” de três vias. Coloca-se em uma seringa a medicação e em outra o ar ambiente. Na sequência é realizada a passagem do conteúdo de uma seringa a outra, por repetidas vezes, até a espuma ficar com uma consistência adequada.

Essa espuma age no interior da veia doente, causando uma lesão no seu endotélio (camada mais interna da veia). Com essa lesão no endotélio, o músculo liso, que se situa logo atrás dessa camada, contrai e causa a oclusão dessa veia.

Veia com as 3 camadas (camada externa , media e interna).

A partir daí ocorrerá um processo inflamatório local e, no decorrer de alguns dias, haverá a formação de um líquido inflamatório que chamamos de escleros (“sangue mais escuro”). Esse líquido será o alvo das drenagens que serão necessárias no decorrer do tratamento para que se evitem as pigmentações da pele ao redor da variz tratada.

Com o passar dos dias, o organismo fará um processo de cicatrização, “digerindo” aquela veia doente que foi tratada, para que ela deixe de existir e o sangue seja desviado para outras veias que estão saudáveis.

Quanto à espuma de polidocanol, ela é introduzida no interior da variz, então causa a lesão na parede interna da veia e acaba sendo absorvida por ela. Ou seja, em um trajeto de cerca de 20cm de extensão, muito pouco dessa espuma vai ainda existir. Por isso que avaliamos preliminarmente algumas características das veias doentes, como o seu diâmetro e a sua extensão, para sabermos a quantidade de espuma que iremos injetar em cada local, e quantas sessões serão necessárias. Também existe um limite na quantidade total do medicamento que podemos usar em cada sessão, de modo que tenhamos bastante segurança no procedimento.

Além disso, independente da absorção da espuma pela variz, após alguns minutos essa espuma que foi produzida torna-se líquido novamente, misturando-se com o sangue e sendo eliminada do organismo algumas horas após.

Então, em resposta à pergunta inicial, a espuma de polidocanol age dentro da veia doente por alguns segundos, sendo absorvida pela sua parede, e alguns minutos após do procedimento ela deixa de existir. O que ocorre é o processo inflamatório que essa espuma causa (espécie de cicatriz), e com o passar dos dias o organismo vai resolver (cicatrizar). Não existindo nenhum resquício de espuma no paciente.

Para saber mais, acesse o vídeo a seguir.

Compartilhe

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *