As telangiectasias, conhecidas popularmente como vasinhos ou aranhas vasculares, são estruturas venosas dilatadas localizadas na porção mais superficial da pele. Elas possuem um diâmetro entre 0,1 e 1mm e dão aquele aspecto arroxeado, avermelhado ou até mesmo azulado no local onde acometem.
O aparecimento desses vasinhos decorrem, muitas vezes, do aumento da pressão venosa de uma região. Isso é causado por um refluxo venoso proveniente de uma veia varicosa mais profunda naquele local. Muitas vezes, esse vaso nutridor não é visível a olho nú por possuir uma posição anatômica perpendicular à pele, ou simplesmente, por estar mais profundo.
Muitas pessoas acabam subestimando os vasinhos e os considerando como se fossem um problema meramente estético. A existência desses vasinhos, entretanto, pode indicar anormalidades precoces do sistema venoso superficial ou até mesmo, problemas no sistema venoso profundo do membro inferior acometido. Por isso, podemos estar enxergando apenas a ponta do iceberg de uma doença venosa muito maior.
Um estudo minucioso, tanto da forma quanto da localização desses vasinhos, adquirem grande importância, pois podem fornecer informações importantes de onde pode ser a origem desta telangiectasia. Por onde está sendo a alimentação deste vasinho? A alimentação pode ser proveniente de veias perfurantes, que comunicam o sistema venoso profundo com o sistema superficial, ou essa alimentação pode ser proveniente de veias reticulares (microvarizes da face lateral da coxa, por exemplo), ou provenientes de veias tributárias das veias safenas, ou até mesmo de veias do sistema pélvico.
Enfim, com uma boa análise de todo o sistema venoso do local ou do membro acometido pelas telangiectasias, entendendo conscientemente a origem desse vasinho indesejável, podemos realizar um tratamento com bastante segurança e também conseguiremos melhores resultados a longo prazo.
Isto posto, eu pergunto a você, será que o tratamento dos vasinhos precisa ser feito por um especialista?
Fonte: Escrito por Alex Dornelles, embasado nos livros, Escleroteraterapia de Arnaldo Y. Shiratóri e colaboradores (2016), e Cirurgia Vascular de Carlos José de Brito (2014).